16 de fevereiro de 2012

Fanfic My Only Exception - Brick By Boring Brick (Capítulo 2)


Perdeu o primeiro capítulo? Leia aqui.

P.O.V Hayley

Enquanto eu colocava o último objeto em uma das malas - um porta-retratos com uma foto minha com meus pais, no meu aniversário de seis anos- minha mãe gritava da sala:

– Hayley rápido com isso aí filha, se não vamos perder o vôo!

– Tá mãe, eu já desço. - Disse isso enquanto sentava em cima da mala, e tentava fechá-la.

Depois de muito esforço, consegui fechar a maldita da mala, minha mãe já havia levado as outras para o táxi, que nos levaria até o aeroporto, onde meu pai estaria esperando para se despedir. Peguei a última mala e estava saindo do quarto, quando cruzei a porta, parei por um momento. Olhei para aquele espaço que provavelmente não voltaria a ver tão cedo e que agora estava praticamente vazio, e não pude deixar de me emocionar ao pensar em quanta coisa eu havia passado ali, coisas boas e ruins. Lembrei de quando era pequena e estava aprendendo a tocar violão e teclado, eu passava praticamente o dia todo ali, tentando decifrar partituras, praticando solos idiotas. Eu sempre achei que aprender mais sobre música nunca era demais, por isso, mesmo fazendo aulas, eu passava o dia fazendo barulho dentro do quarto, e é claro cantando também. Meus pais nem reclamavam, eles me davam apoio e diziam que eu tinha talento. Mas, como não é possível ter apenas lembranças boas, lembrei-me das inúmeras noites, que ouvia dali, as discussões dos meus pais. Quanto eu era mais nova, eu chorava ali, pensando que tivesse culpa em tudo aquilo.


Eu poderia passar horas ali, recostada na porta recordando tudo aquilo, se não fosse minha mãe ter me tirado de transe, quando colocou uma mão sobre meu ombro.

– Pensando em que filha? - Ela disse calmamente.

– Nos momentos que tive aqui. - Respondi ainda sem olhá-la.

– Você não trouxe nenhum cara pra cá, não é? - Minha mãe disse, fingindo estar assustada.

– Ah... já, mas não era isso que eu estava lembrando. - Disse séria, entrando na brincadeira.

– O QUE? -Ela disse, me olhando com uma cara de espanto, mas não aguentou por muito tempo, então nós duas gargalhamos.

– Acredite filha, você terá novos momentos felizes. - Desta vez ela falou séria e me abraçou.

– Vou tentar acreditar nisso mãe.

– Faça isso meu anjo. Eu tenho certeza que o Tennessee vai nos fazer bem, ir para lá evitará mais sofrimento. -Ela disse isso enquanto pegava a mala e ia em direção à escada.

Quando entramos no táxi, eu senti como se estivesse deixando uma vida para trás, eu fiquei olhando para minha casa com a cabeça encostada no vidro, até perdê-la de vista.

Minha mãe, vendo minha nostalgia, perguntou-me se ir com ela, era realmente o que eu queria. No momento que ela me perguntou isso, eu disse sem hesitar, que sim, ir com ela era o que eu queria, já que eu só tinha duas opções. Depois disso, nós ficamos em silêncio o caminho todo até o aero porto. Quando lá chegamos, eu avistei meu pai, e assim que ele nos viu, veio até nós e nos ajudou a pegarmos as malas.

Desde o dia em que meu pai e minha mãe se separaram, eu só tinha o visto poucas vezes. E agora que ele estava ali, eu sabia que se despedir dele seria o momento mais difícil para mim, desde que sai de casa.

– Bem, já está na hora filha. -Minha mãe disse, olhando na direção onde eu estava com meu pai.

Neste momento, num impulso eu abracei meu pai e ele retribuiu o abraço com força. Lágrimas já caíam dos meus olhos. Eu não sabia o que dizer, eu só sabia que aquele era um dos momentos mais difíceis da minha vida. Eu teria que aprender a viver sem meu pai do meu lado todos os dias e isso me deixava extremamente triste. Porém, mesmo com muita tristeza, eu sabia que tinha que ir com minha mãe, pois com certeza ela precisava mais de mim, e eu não podia deixá-la sozinha, sofrendo como ela estava.

– Eu sentirei muita a sua falta pai. -Eu disse com a voz embargada pelo choro.

– Eu também meu amor, mas não chore por favor, -ele passou as mãos sobre o meu rosto, limpando as lágrimas- você sabe que pode vir me ver sempre que quiser, e eu também irei te visitar sempre. -Meu pai disse isso, tentando diminuir a tristeza que aquele momento provocava em ambos.

– Eu sei pai, mas nada será como antes...

– Será sim meu anjo, o meu amor por você continua o mesmo, e isso nunca vai mudar.

Ao ouvir essas palavras, eu só abracei-o mais forte.

– Agora temos que ir filha...- Minha mãe dizia, sem ao menos olhar para o meu pai.

– Vai filha, boa viagem meu amor. - Meu pai disse, enquanto deixava um beijo em minha testa.

– Eu te amo pai.

– Eu também filha, nunca se esqueça disso.

Peguei minha bagagem de mão e fui em direção à minha mãe.

– Até mais Christie. - Escutei meu pai dizendo e isso fez minha mãe parar por um instante.

– Adeus Joey. - Minha mãe respondeu sem olhá-lo direito e continuou a caminhar comigo ao seu lado.

Neste momento eu vi o que uma traição provoca...duas pessoas que se amavam tanto, agora tratam-se praticamente como estranhos. De uma coisa eu tive certeza, eu nunca irei querer viver uma situação como esta.

Assim que entramos no avião, eu coloquei meus fones de ouvido e me perdi no som da Jimmy Eat World, até adormecer.

*****

Depois de cerca de duas horas de voo, o avião já havia pousado e Hayley e sua mãe já estavam em Nashville, mais precisamente dentro de um táxi, indo para Franklin, a cidade onde, de certa forma, começariam uma vida nova.

Franklin é uma cidade pequena e fica a mais ou menos uma hora de Nashville.

De dentro do táxi, Hayley observava atenta todo o caminho, ela estava ansiosa para conhecer o lugar onde iria morar. Ela não ficou tão surpresa, quanto à cidade ser pequena, pois sua mãe já havia a alertado sobre isso.

Christie já tinha morado em Franklin quando era mais jovem, antes mesmo de conhecer Joey. Ela gostava muito dali e estava ansiosa para saber se ainda haviam pessoas que ela conhecia morando na cidade, e quem sabe até, rever amigos.

Pouco tempo depois de Christie ditar as coordenadas do local para o motorista, eles já estavam em frente à casa onde iriam morar.

Hayley foi a primeira a descer do veículo e enquanto ela estava parada em pé, olhando sua nova casa, o motorista tirou as malas do carro e sua mão pagou-o.

Hayley observava a fachada de sua casa, que aliás tinha um belo jardim e não se diferenciava muito das outras da rua, sendo uma típica casa de uma cidade pequena, enquanto sua mãe veio até ela, arrastando algumas malas.

– E então filha o que acha? É uma bela casa, não? - Christie disse, com o sorriso mais animador que poderia ter.

– Sim, realmente parece ser muito bonita, mas tenho que entrar para ter certeza. - Hayley disse animada, dirigindo-se até a porta em passos rápidos e largos.

– Hey calma, me espera. Eu que estou com a chave, esqueceu? - Christie disse, indo ao encontro da filha.

– Então abre logo mãe, eu quero ver se meu quarto é grande.

Assim que Christie abriu a porta e elas entraram, seus sorrisos deram lugar a cara de espanto.

Elas não ficaram espantadas porque a casa era feia ou algo assim, longe disso.

– OH MY GOSH! - Disse Hayley com os olhos arregalados e a boca aberta.

– Nossa! Eu tinha esquecido este detalhe. - Christie disse, levando as mãos à cabeça e fazendo uma expressão triste e desanimadora.

– Você tinha esquecido que um furacão passou por aqui? É isso? - Hayley disse, já dando risada.

– Ah, não é para tanto ou você achou que chegaríamos e a casa já estaria arrumada mocinha? -Christie disse, enquanto ela e a filha olhavam a bagunça presente. Elas haviam esquecido que os móveis chegariam antes que elas. Os móveis estavam espalhados pela sala e junto havia caixas e mais caixas.

Depois de passar horas e horas arrumando a casa com sua mãe, Hayley estava agora, em seu quarto colocando suas roupas no armário. E sim, seu quarto era enorme, tinha as paredes listradas de rosa e branco. Com certeza ela preferia que as paredes fossem somente brancas, mas depois ela faria algo em relação a isso.

Sorte foi os móveis estarem em seus devidos cômodos. Mesmo que o guarda-roupa estivesse na frente da janela e tudo mais quando chegaram, elas não poderiam deixar de agradecer o fato de o velho piano de Hayley, já estar em seu quarto. Como elas subiriam as escadas com aquilo?

A casa toda já estava bem mais organizada, claro que ainda levaria ao menos uma semana para conseguirem arrumar tudo, mas pelo menos já não haviam caixas espalhadas pelo chão e os móveis já estavam em seus devidos lugares. Uma pena foi que Hayley, não pode ao menos sair um pouco para conhecer a cidade. Arrumar o novo lar, tinha deixado ela e sua mãe completamente exaustas. Por mais que quisesse vencer o cansaço e ver como é Franklin, já eram onze horas da noite e além do mais Hayley teria muito tempo para fazer isso, com certeza teria.

Christie já estava em seu quarto dormindo e Hayley faria o mesmo, mas enquanto estava deitada na cama pensando em como seria sua vida em Franklin, ela lembrou um fato que a fez pular e abrir um enorme sorriso.

Ela acabara de lembrar que estava há menos de uma hora de onde seu melhor amigo -melhor dizendo único- morava. Na certa o fato de estar passando por uma grande mudança em sua vida, a fez esquecer disso.

Ela ficou extremamente feliz em saber que poderia rever seu amigo. Mesmo estando tarde, ela resolveu ligar para ele, ela não estava acreditando que não tinha se dado conta disso antes.

– Alô - Disse uma voz masculina embargada pelo sono, ao atender o telefone do outro lado da linha.

– JEEEEEEEERM! - Gritou Hayley ao ouvir a voz do amigo.

Autora: Verônica Alves
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